segunda-feira, 4 de junho de 2007

Lá na Casa dos Carneiros mora a arte

   O público jovem Conquistense não está habituado à música de Elomar Figueira. Talvez seja o peso do ditado popular "Santo de casa não faz milagre" ou talvez uma estranha falta de interesse ou falha de divulgação. Ninguém sabe explicar com certeza.
   Elomar é músico, conhecido no Brasil e no exterior, e recebeu descrição de Vinícius de Moraes como sendo "um príncipe da caatinga, que o mantém desidratado como um couro bem curtido [...]". Ainda assim, algumas vezes, é possível ouvir comentários a seu respeito tratando-o, muito contrariamente ao título de príncipe, como um desconhecido. Talvez seja ele um príncipe essencialmente diferente ao ponto de tornar-se apenas mais uma pessoa em seu próprio território?
   Não importa qual seu título, é o próprio Elomar Figueira que agora se propõe a abrir olhos há muito tempo adormecidos com a Fundação Casa dos Carneiros. Após a inauguração com o concerto realizado no dia 02 de junho, a Casa, imortalizada pela canção Cantiga de Amigo, é sede da Exposição Portinari. Até o próximo dia 17 o público pode conhecer algumas das principais obras de Cândido Portinari e redescobrir o encanto de um dos maiores artistas do país.
   Ao ouvir observações dos monitores, o visitante conhece os fatos e curiosidades que circundam o autor que viveu e morreu pela arte. Portinari, mártir por morrer intoxicado com suas próprias tintas, soube representar o povo brasileiro de forma única. Navegou por diferenciados temas, bem como caminhou por variadas técnicas e sob variadas influências. No local, essa diversidade é exemplificada por obras como Retirantes e O último Baluarte que recebem a companhia de outras, aparentemente mais inocentes, como Futebol.
   A exposição está aberta, a preço simbólico, para o público geral nos finais de semana. Enquanto isso, nos dias de semana, empresas e escolas têm sua vez.
   É importante citar que a visita de escolas da rede pública ao local, promovidas pela Secretaria de Educação, proporcionam não só o conhecimento da vida e obra do autor como também uma nova visão para muitos jovens que estão distanciados da área pelo ainda existente elitismo artístico. As escolas utilizam-se da visita para desenvolver trabalhos capazes de despertar novos interesses nos alunos que conhecem, discutem e divertem-se ao passear pelas salas, enquanto ampliam conhecimentos sobre seu próprio povo e história.
   Certo é que lá na Casa dos Carneiros nos deparamos com um verdadeiro oásis de cultura no meio de uma característica caatinga. Por isso, se você ainda repete o velho clichê de que Conquista não tem espaço para arte e para o bom gosto, Muda o disco!

2 comentários:

descolonizado disse...

até agora eu não sabia que era Elomar.
na verdade até sabado passado quando você me falou. sou eu um sem cultura? x__x'

[beijos]

Anônimo disse...

Eu curto Elomar, e sou de Conquista ;)
'Lá na casa dos carneiros onde os violeiros vão cantar, brindado você láiáláiáláiá'

Cara como eu te achei aqui? oO
De Conquista?!


;*