terça-feira, 18 de setembro de 2007

O blog está morto! Vida longa ao blog!


Exatamente. Agora esse blog fica em um domínio próprio, visite! :)
http://www.IEMAI.com.br/

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Sobre cheiros e chaves

  O cheiro é simplesmente mais uma percepção que um dos nossos cinco sentidos nos propicia, o olfato, que por sua vez, é comandado pelo nosso cérebro e gerenciado pelo nosso nariz. O fruto desse sistema é, na verdade, uma das mais complicadas experiências que nós podemos ter. Isso porque cheiro não é “simplesmente”, cheiro é a chave. Sim, a chave.
  Temos um amontoado de gavetinhas e cada uma delas guarda um momento, um dia. Nesse dia você pensava em algo, ou em alguém, e sentia, sentia qualquer coisa. Talvez você sentisse um aperto de apreensão ou um êxtase de alegria, talvez sentisse medo ou vontade de sair correndo. Não importa muito o que você sentia, o que importa é o cheiro que estava lá. É provável que você nem o tenha notado, mas, naquele momento, ele se pendurou na penca que fica perto das gavetinhas.
  De vez em quando, uma das chaves, como que por mágica, sai da penca. Você sabe o que acontece quando acaba tropeçando em uma delas. Você abre a gaveta. Reencontra aquele dia, vê o algo ou o alguém passar novamente pela sua cabeça, reencontra o que sentia e quase toca tudo que via. Você sente o aperto, o êxtase, o medo, a vontade. Tudo sobe, da ponta dos pés até chegar na sua nuca, só porque você usou a chave certa. Tudo volta, tudo se repete. Por segundos ou por horas você viaja na sua máquina do tempo particular.
  A chave vai voltar para a penca e, quem sabe um dia, você tropece nela novamente...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Baixa um disco!

  Ando postando pouco por aqui, né? Mas é só por enquanto mesmo, porque que mudanças virão em breve.
  Eu tenho um site com rotação de mp3s e downloads estáticos também, de J-music. E esse post é, na verdade, só para avisar de uma atualização completa que eu fiz. Então, quem gosta de J-pop e J-rock, visite o Piano Bar, que está todo renovado. :D

  Atualmente, estes são os artistas que você encontra lá:
  12012, 54 NudeHoneys, Ai Otsuka, An Cafe, Cubic U, D, DA PUMP, Digimon, ELLEGARDEN, Gackt, HIGH and MIGHTY COLOR, HIZAKI grace project, Kana, Merry, Miyavi, MUCC, Nightmare, Orange Range, Phantasmagoria, Tokyo Jihen, Utada Hikaru, vidoll, X Japan.
  E a lista está crescendo ;)

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Blog Day 2007

Blog Day 2007Vou te contar, não é tão fácil assim citar cinco blogs. Eu pensei em indicar algo Novo em Folha, meio revolucionário, sabe? Só que, pensando bem, coisas revolucionárias podem ser passageiras e estourar nas nossas caras, feito Bubbles. Foi por isso que fiz minhas escolhas tendo em mente que, mesmo hoje em dia, quando todo mundo Quer ter um blog e acaba apelando para conseguir sucesso, a verdadeira beleza continua nas Pequenas coisas.

sábado, 25 de agosto de 2007

Matem o apanhador no campo de centeio!

   O Humberto Gessinger disse uma vez que existem dois tipos de música que valem a pena existir: as músicas que quando tocam no rádio você vai, corre, e muda de canal ou as que você vai, corre, e aumenta o volume. Acho que isso vale para tudo, inclusive para livros.
   Existem os livros que te surpreendem e os que te decepcionam. Existem aqueles que você corre para elogiar e os que você corre para xingar. Costumo só falar de bons livros, então, vou falar de um que me decepcionou e esperar que comecem a me atirar pedras.
   Pelo título você já deve ter entendido. Eu terminei de ler já faz um bom tempo (apesar dele continuar ali na sidebar), mas ainda tinha que escrever aqui minhas impressões sobre O apanhador no campo de centeio.
   Não é meu tipo de livro, não mesmo, mas só descobri quando terminei de ler. Quando vi o título achei que devia ser incrível. Além disso, sempre estabeleci uma relação entre esse nome e O Caçador de Pipas. Pode não ter nada a ver para você, mas na minha cabeça os dois livros sempre caminharam juntos, nem eu sei explicar o porquê. Talvez os caçadores de pipas corressem em campos de centeio, só na minha imaginação. Então, comecei a ler esperando uma narração digna do livro do Hosseini e encontrei um Holden Caulfied.
   O que mais me revoltou ao ler O apanhador no campo de centeio foi que eu fiquei esperando, durante todo o tempo, a história começar. E sabe como eu terminei o livro? Exatamente como o Caulfield costumava fazer, achando aquilo uma droga.
   Lá estou eu esperando uma grande morte no final, pra surpreender e fazer o leitor se revoltar, para fazer toda aquela chatice ter valido a pena. Sabe como é, um grande final pode salvar um livro inteiro, se o livro for ruim mas autor tiver a sorte do leitor ter tido paciência pra chegar até ali. Juro que meu coração acelerou enquanto eu me aproximava do fim, juro que eu esperava um atropelamento, um ataque cardíaco, um suicídio, um desabamento ou qualquer coisa assim. Mas o livro simplesmente acabou!
   Putz, já leu um livro que nunca começa? Esse é um, e eu não gostei. Provavelmente vão falar que eu não entendi nada, que o livro era muito bem bolado. Pode até ter tido toda uma importância histórica, ter sido um grande livro devido ao contexto da época, mas só me deu a sensação de ter perdido tempo lendo aquilo. Acho que foi isso que o assassino do John Lennon estava sentindo. Depois de ler um livro chato desse eu matava até o Raul Seixas (Sorte dele não estar vivo).

Emancipate yourself from mental slavery...

Emancipate yourself from mental slavery...

...None but ourselves can free our minds.
Bob Marley

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Festival de Inverno Bahia

   A edição desse ano do Festival de Inverno Bahia, a terceira, aconteceu nos dias 17, 18 e 19 de Agosto aqui em Vitória da Conquista. Queria escrever sobre isso, mas acabei descobrindo que é mais difícil do que eu pensava. Então, aqui vai meu resumido comentário.
   Acho que o ponto mais negativo foi um público menor que o esperado, ao menos por mim. Tenho a impressão de que esse foi o ano mais vazio. Se estiver equivocada, uma coisa eu garanto, o público poderia ter sido bem maior se não fosse por alguns fatores. Primeiro, a escolha das atrações não agradaram muita gente. Mas esse é um ponto delicado, afinal, é uma questão de gosto. Acho que a grande culpa mesmo fica entre o preço dos ingressos, que subiu demais esse ano, e a criação do Festival de Feira de Santana, que atraiu o público daquela região que vinha para Conquista (história da micareta se repetindo?). Espero que a produção acorde com a chegada da concorrência para que no próximo ano o Festival possa crescer.
   Meu julgamento das atrações é muito influenciado pelo meu gosto. Ainda assim vou comentar que os shows do IRA! e de Paralamas do Sucesso com certeza entraram para minha lista de shows preferidos. Não apenas porque é Ira e Paralamas, mas porque foram shows maravilhosos mesmo.
   O Nasi tem uma presença de palco incrível! As músicas do IRA agitam, limpam a alma e ninguém consegue não prestar atenção nas performances deles. Foi o show da Sexta-Feira e tinha cacique para ser de Sábado. Só pra citar momentos marcantes, aquele “tchau tchau tchau” comédia foi ótimo, voltarem cantando Mariana foi pro mar me tirou do sério, ver todo mundo gritar junto “Envelheço na cidade” arrepiou e a versão de Teorema fez muita gente delirar.
   No Sábado, Paralamas conseguiu empolgar todo mundo com os maravilhosos hits da banda. Não por acaso, a galera pirou com Meu Erro e o Hebert ficou lá parado, olhando com cara de espanto para o pessoal, quando a música mal acabou e o coro entoou “Uh! Paralamas! Uh! Paralamas!”. Acredito mesmo que só essas duas bandas tenham valido o festival inteiro. Viva a Sociedade Alternativa!
   Depois, na minha classificação, vem o show de Charlie Brown Jr. Eu sei que a banda sofre um preconceito descomunal, principalmente aqui na cidade. Mas conseguiu agitar muito mais do que outras! Muita gente saiu reclamando que o Chorão falou mais do que cantou, que estava com preguiça, mas acho que falta compreenderem que cada artista tem seu estilo em cima do palco. Tenho certeza que os skatistas que subiram lá e tentaram fazer manobras não concordam com quem criticou esse feito. Acho que muitos fãs sonham em subir ali durante o show da sua banda preferida, fazer algo daquele tipo, e eles deram a oportunidade. As lições do Chorão podem ser clássicas e bobas para muita gente, mas tem uma galera ali que precisa mesmo ouvir esse tipo de coisa, não duvide. Enfim, não adianta ficar reclamando só porque você não gosta do estilo.
   Leoni, Lulu Santos, Dani Carlos: todos foram shows bons, mas que não são exatamente meu estilo preferido para um festival. Gosto de bandas para pular, agitar de verdade. Nem por isso tiro o mérito deles. Vi fãs saírem tão ensandecidos desses shows quanto eu saí dos de IRA! e Paralamas.
   Não assisti Papas na Língua e nem Cláudio Zoli. Preferi curtir nas tendas alternativas. Teve Diamba também, mas, ah, pelo amor de Deus, com o nível dessas outras atrações o que é Diamba, né? Tapa-buraco. Mas agradou a galera que curte, pelo menos isso.
   Agora vamos para a reclamação final, mas que fica como uma sugestão. Tem que haver um meio de avisar o pessoal que está nas tendas alternativas do que está acontecendo no palco principal. Muita gente perdeu pedaços de shows que queria muito ver porque nem sabia que o cantor já tinha começado a apresentação, principalmente os fãs de Leoni, depois da aparição relâmpago de Elomar (rsrs).
   O importante é que valeu! E, se o frio do inverno por acaso chegar, a gente se encontra de novo no ano que vem.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Harry Potter and the Deathly Hallows

   Primeiro quero declarar que este texto está livre de spoilers e que posso apagar comentários que eu considerar "estraga-prazeres".
 
   Li "Harry Potter e as Relíquias da Morte" logo depois do lançamento. Essa foi uma decisão que eu tomei depois de ler o sexto livro: ia melhorar meu inglês só pra não ter que esperar a tradução do sétimo. O motivo, claro, é que a gente sempre acaba descobrindo as coisas antes do tempo. Eu sou daquele tipo de pessoa que gosta de surpresas, de quebrar a cara tentando descobrir o que vai acontecer e, por isso, fico muito decepcionada quando topo com alguma informação indesejada.
   Tinha resolvido que, se não conseguisse ler em inglês, ia me trancar dentro do quarto, tampar os ouvidos – para o caso de algum carro de som passar anunciando o final – e me desligar do mundo até a Lya Wyler terminar seu trabalho. Ainda bem que não foi preciso. Até comecei lendo uma dessas traduções que o pessoal estava fazendo, mas, ao encontrar a versão em inglês, descobri que aquilo estava uma merda e fiquei mesmo na versão original.
 
   Pois é, eu li, parei, refleti e fim. O problema é que não é só assim. É tão estranho pensar que acabou! Quem não gosta não entende como é isso. Ainda lembro da minha ansiedade com os primeiros livros, de não dormir até terminar de ler cada novo lançamento, dos choros desesperados quando a história foi ficando mais densa, da tarde sumindo enquanto eu estava lendo deitada num sofá em uma salinha que não existe mais.
   Lembro da disputa com meu irmão para decidir quem ia ler, da sala de teatro adaptada em improviso para exibir o primeiro filme quando a cidade estava sem cinema, de como todos gritavam e os organizadores tiveram que parar a exibição para pedir silêncio. Lembro de ler o primeiro livro - meu preferido - muitas e muitas vezes, de me arrepiar sempre que eu chegava perto do final, de desejar um Dumbledore para me dar conselhos, de esperar que talvez um dia eu ainda recebesse uma coruja me convidando à Hogwarts. É uma parte da minha vida, o trabalho da Rowling.
   Cada personagem se tornou um conhecido e é como se eu estivesse estado em todos aqueles lugares junto com eles. Só que agora não tem mais o que esperar! Acabou. Sempre que penso nisso lembro de como se parece com quando Truman vai embora e as pessoas desligam a tv para viverem suas vidas. Sei que é uma analogia estranha, só que ainda mais estranho é entender que, para mim, quem estaria agora livre para poder viver seriam todos aqueles personagens.
   Quanto ao livro mesmo, eu gostei dele, queria poder comentar algumas coisas, mas não acho justo fazê-lo. Só digo que achei o epílogo realmente dispensável. Na minha opinião, ele fez a coisa perder a graça. Além disso, eu fiquei com a impressão de que a Joanne tinha preparado o final de um jeito e depois voltou atrás.
 
   Quem ainda não leu e quiser arriscar uma tradução, dizem que a melhor é a da Armada Tradutora. Para quem leu e ainda quiser saber um pouco mais, a J.K. respondeu em um chat várias coisas que não foram citadas no epílogo. Ela também pensa em lançar uma Enciclopédia para aproveitar materiais adicionais e angariar fundos para beneficência, mas como ela mesma disse, “Eu estou lidando com o nível de obsessão em alguns dos meus fãs que não irão descansar enquanto não souberem os nomes do meio dos tataravós de Harry”.
   Então, quem sabe qualquer hora eu comente o livro em si. Agora é esperar pelos últimos filmes e depois deixar os anos passarem para fazermos nossos filhos lerem tudo também. :)

domingo, 12 de agosto de 2007

A Semana em que Minha Mãe Saiu de Férias


  A semana em que minha mãe saiu de férias podia muito bem ser um filme de sucesso, patrocinado pela Sadia. A história toda começa numa Segunda-feira, quando a Mãe sai da cidade para "férias" não-exatamente-compulsórias lá na Paraíba. O contexto é a sociedade informatizada e cheia de liberdade da primeira década do século XXI.
  As cenas principais do filme ficam concentradas no território ainda mais maternal da casa: a cozinha. Enquanto a Mãe toma água de coco e se bronzeia nas maravilhosas praias paraibanas, vemos o Pai tentar tomar conta da família. Dois filhos para alimentar e um pouco de - como poderíamos dizer? - falta de dotes culinários se unem ao seu deslumbramento pelo total controle sobre o território, criando um roteiro divertido e dramático.
  O auge do filme é, sem dúvida, o momento em que o Pai volta do supermercado, ainda na Segunda-feira, carregando praticamente toda a linha de alimentos congelados da Sadia. A filha, desavisada, acorda nas manhãs (?) seguintes com ele a berrar na porta do quarto para ir almoçar a lasanha que ele mesmo havia preparado e coisas parecidas.
  Assim segue uma semana sem mãe: Lasanhas de diversos sabores, frangos pré-preparados, hambúrgueres Hot Pocket, pizzas, sorvetes, refrigerantes, pouca variação de marca e um estômago acabado.
  Na Semana em que minha mãe saiu de férias, o Filho ficou sem tomar banho durante 3 dias e não fez nenhuma lição de casa. O piso branco da cozinha ficou marrom esverdeado e a Filha teve que se virar para que três metros de terra não se acumulassem na garagem. Porém, de alguma forma inexplicável, nenhuma panela ficou acumulada para ser lavada mais tarde.
  Esse é um filme que retrata a capacidade de adaptação das habilidades que o Pai possui. Afinal, quando as mães saem de férias, os pais saem do controle remoto e passam a botar ordem também no lugar mais caótico da casa: o quarto do seu irmão, - opa, quero dizer, - a cozinha.
 
  Feliz Dia dos Pais para todos os pais que controlam o que quer que seja, ou até mesmo nada, mas que não deixam de ser nossos queridos pais!
  Afinal uma semana só comendo junk foodpara não usar o termo preferido das mães: porcaria - faz qualquer um feliz, né não?
 
 
  Ok, pra quem não entendeu a piadinha toda: Essa é uma história verídica contada como uma brincadeira com o filme nacional O ano em que meus pais saíram de férias.

sábado, 11 de agosto de 2007

Tutorial: Adaptando fotos para revelação

  Resolvi escrever isso por causa da minha mãe. Toda vez que ela vai revelar fotos, volta sem os pés ou sem a cabeça ou algo assim. E antes que vocês precisem ficar com pena, não é ela quem fica mutilada, mas sim as pessoas da foto (logo ela também está mutilada em algumas fotos, mas vocês entenderam!).
  A dica é bem simples, mas pode te poupar de ter que abrir o Photoshop todas as vezes que sua mãe quiser revelar aquelas fotos todas: mostre esse post pra ela e deixe ela mesma fazer o trabalho. Agora, se sua mãe não for chique que nem a minha e não souber fazer nada no PS, vê se dá umas aulinhas pra véa!
 
  Por que isso acontece?
  O formato padrão das câmeras digitais não é o mesmo usado na revelação das fotos. Costumamos tirar fotos em 4:3 e revelar em 3:2. Assim, ao revelar fotos no padrão 10x15, se você não chegar ao lugar com a foto já cortada, pode acabar perdendo pedaços que não desejava.
 
  Como resolver?
  A maneira mais prática é mudar a configuração da câmera. No menu em que você escolhe a resolução da foto, use a opção 3:2. A câmera vai fotografar com a maior resolução possível, cortando a foto para que ela caiba nos papéis de impressão.
  No entanto, nem todas as câmeras têm essa opção ou nem sempre você quer tirar a foto assim. O outro método é abrir o Photoshop e fazer o corte manualmente. Você mesmo vai escolher o que cortar e, se não gostar do resultado, pode deixar a foto para lá e escolher outra melhor.
 
  Fazendo o Crop
  Abra a foto no Photoshop. Escolha a ferramenta Crop Tool (aquela que você achava que nunca ia usar pra nada) clicando no seu respectivo ícone ou pressionando a letra C no teclado.


 
  Quando a ferramenta estiver selecionada, na barra superior ficarão as opções de largura e altura. Digite 15,2 cm e 10,2 cm, se a foto for horizontal, ou 10,2 cm e 15,2 cm, se a foto for vertical. Essas medidas podem variar um pouco a depender do equipamento usado no local da revelação, mas creio que você não notará diferença.
 

 
  Digite 300 no campo Resolution, que fica logo ao lado. Quando você preenche esse campo, o Photoshop faz, juntamente com o corte, uma interpolação. Ou seja, ele adapta os pixels da sua imagem para impressão e, por isso, o tamanho da foto vai aumentar. Se desejar que o laboratório faça essa parte, simplesmente não escreva nada no campo.
 

 
  Depois disso, clique num dos cantos da foto e arraste até o outro canto, criando um retângulo como se você estivesse usando a ferramenta de seleção normal. A parte que você não selecionar será a cortada. Largue o botão do mouse. Perceba que surgiu uma sombra preta, esta é a parte da foto que será eliminada. Movimente o retângulo até alcançar o melhor resultado.
 

 
  Quando a seleção estiver da maneira desejada, confirme clicando no V na barra de tarefas ou pressionando a tecla Enter.
 

 

 Foto: Emilãine Vieira / Modelo: Mayara Shanke.

  Voilà! Sua foto está cortada e ninguém além de você poderá receber a culpa pelas mutilações.
  Bem mais simples do que você pensava, né, mainha? ;P

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

A incrível indecisão

  Ou o incrível comodismo, depende muito do ponto de vista.

  Eu estava observando uma complexa mania que eu sempre tive: Todas as vezes em que eu começavam as aulas, eu começava a reclamar por férias. Provavelmente você achou isso muito normal, eu sei. A diferença comigo é que sempre que chegava perto das férias eu não queria mais que elas chegassem! Passava a não querer que as aulas acabassem, mas como o calendário letivo nunca seguiu a minha predisposição, as férias chegavam, querendo ou não.
  Então, logo no começo das férias eu passava a reclamar por aulas. O mais complexo da história toda é que, quando chegava na metade das férias, eu já não queria aula de maneira alguma.
  E cá estou eu, sofrendo novamente desse mal. Comecei essas "férias" reclamando que queria estudar, passei metade dela pedindo por aulas e agora, sabendo que vai acabar, não quero que acabe de maneira alguma.
  Como é que pode?

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Fim da greve na UESB

   Na tarde de hoje os professores da UESB votaram pelo fim da greve, que já durava 84 dias. Segundo o Jornal A Tarde, foram 65 votos a favor, 62 contra e uma abstenção.
   As reivindicações dos professores não foram atendidas e ainda não há data prevista para o retorno das atividades.

sábado, 4 de agosto de 2007

Missão Não-Impossível

   Os melhores poemas morrem sem saber que um dia existiram. Muitas vezes é fácil encontrá-los, ficam jogados em rimas nas feiras ao ar livre ou descansam em simples cantigas de ninar.
   Vários dos verdadeiros poetas têm mãos calejadas, que nem ao menos saberiam manusear um lápis. Poetas natos, poetas mortos, poetas livres. Tão livres que nem chegam a perceber que são poetas.
   Poetas da vida real criam poemas de consolo aos amigos quando eles choram, criam poemas em músicas enquanto a água despenca do chuveiro, criam poemas em receitas enquanto cozinham. Rimam sem precisar rimar e escrevem com pensamentos.
   Poemas cotidianos e, ainda assim, espetaculares. São o que são e são o que fazem. Jorram sem saber que jorram, existem sem saber que existem e encantam sem nem mesmo despertar a percepção de sua beleza. Desaparecem em segundos, fazendo de conta que nunca existiram.
   Você precisar estar sempre pronto, sempre alerta, pra descobrir um poema semi-morto.
   Essa é a tarefa que fica para cada um: achar um novo poema a cada dia.

terça-feira, 31 de julho de 2007

A vida não pára: o automóvel, sim

   A Terra surgiu muito antes dos homens e já foi palco de inúmeras formas de vida. Com a aparição das interferências antropogênicas a constância das transformações no planeta multiplicou-se e ampliou seus patamares de ação. O mundo mudou de cara e mudou de comportamentos. O ser humano, apesar de sempre dependente do meio, age unicamente em benefício da própria espécie. O aquecimento global é apenas uma das conseqüências mais visíveis dessas interferências.
   O efeito estufa, responsável pela possibilidade da vida, é agora uma das maiores ameaças à humanidade. E, ironicamente, suas principais causas estão justamente nas ações das pessoas. O planeta, como um corpo febril, aqueceu-se sob a ação dos gases poluentes, das mudanças nas vegetações e da criação das ilhas de calor.
   Considerarmos que o planeta comporta-se como um organismo vivo que depende de todas as ações é tanto clichê quanto real. A teoria do caos é um pleno exemplo de como a ação dos homens acaba por influenciar também outras formas de vida. Se uma borboleta pode causar um tufão em outra parte do mundo, imaginemos, por exemplo, a proporção das conseqüências da emissão diária de toneladas de gases poluentes na nossa atmosfera.
   Convém notarmos que até mesmo o início de ações imediatas só pode causar mudanças em cerca de um século. Este, que deveria ser um alarme sem igual para a importância da causa, é também um dos motivos pelo qual ela é relegada. O homem é dotado de egoísmo e imediatismo que o faz preocupar-se apenas com o que cabe em sua expectativa de vida.
   É provável que muitas espécies possam desaparecer devido ao aquecimento global. Nesta categoria podemos incluir os próprios humanos. No entanto, muitas outras possuem uma incrível capacidade de adaptar-se. Falamos do mesmo planeta que já sobreviveu a uma Era glacial, que, no entanto, dizimou os dinossauros. Devemos entender que ele não precisa dos homens: a Terra continuará existindo e, provavelmente, continuará a compor vida.
   O homem, tão egoísta e certo de sua pujança, deveria entender que lutar por um respeito ambiental e desenvolvimento sustentável é lutar essencialmente por sua própria existência. Deve, então, compreender que a falta de ações acarretará em ainda maior nível de conseqüências em curto período. Só assim dar-se-á início as atividades necessárias antes que o homem confirme-se, como nas palavras de Hobbes, lobo do próprio homem.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Guerras

  Existem muitos motivos e muitas maneiras de declarar uma guerra. Uma das piores é declarar guerra contra você mesmo. Não apenas porque você sabe que isso vai acabar machucando outras pessoas, mas porque a garantia de mundo que nós temos está limitada a nós mesmos. Talvez você não tenha sido pequeno o bastante para experimentar essas sensações, mas elas existem e as perguntas podem ser constantes: O mundo existe ou sou só eu? E, sendo só eu, como é possível olhar no espelho e odiar-se por não ser como tantos outros? Como é possível olhar para as outras pessoas e querer ser mais elas do que você mesmo? Por que, tantas e tantas vezes, o que fazemos é sempre muito pouco ou quase irrelevante perto do que as outras pessoas conseguem fazer? Por que quanto mais você tenta mudar mais você fica encarcerado no que você não quer ser?
  Não é inveja, ou talvez seja. Talvez sejam sempre os problemas de auto-estima e uma vontade infinita de poder quebrar grades que parecem nos perseguir.
  E talvez, só talvez, bem lá no fundo, mas eu sei que é exatamente isso, seja apenas vontade de deitar na grama debaixo de uma árvore, mas não ter grama e não ter árvore. É assim que começam as guerras.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Vôo 3054

  Atrasada, né? Nem vou usar minhas palavras, hoje não. Hoje deixo por conta do Renato Russo:
 
  "'É sangue mesmo, não é mertiolate.' E todos querem ver e comentar a novidade. 'Ó tão emocionante um acidente de verdade.'. Estão todos satisfeitos com o sucesso do desastre: '- Vai passar na televisão.' [...] 'Entendo seu problema mas não posso resolver: É contra o regulamento, está bem aqui, pode ver." Ordens são ordens. [...]" (Metrópole por Legião Urbana)

terça-feira, 17 de julho de 2007

Amálgama

 Todos os grandes poetas escrevem a dor
 os cantos de paz ficam ao vento, são sensações fugazes
 é sempre preciso que um homem tropece; caia; estoure; torne-se cacos
 Assim faz-se história
 é sempre preciso que se tenha ritmo; trilhas; sonoras; trincheiras
 Assim faz-se história
 O homem é poeta da dor - ama doer-se;
 Fragmenta linhas para que as sinta partindo-se: poemas
 Corta pedaços de carne, de letras, de signos
 O sangue que jorra é a emoção no seu auge
   está pronto o poema
   mais um sorriso sacrificado em benefício da história
 A imortalidade é sofrível,
 tão poucos os homens que cresceram com ode à paz
 Desfragmentemos as linhas. É preciso mais que dor e abismo para construir grandes mitos assim como os grandes heróis sempre triunfam após tantas quedas é necessário que cada poeta possa respirar aliviado no triunfo final da sua dor sentir-se imortal não pelo que chorou em palavras e escorreu em papéis mas pelo que transbordou para acalmar seu leito assim como fazem todas as grandes tempestades nos pequenos copos de água assim como faz o mundo;
 Desfragmentemos a felicidade. Agora todo homem é convocado a cantar a paz assim como pequenas histórias infantis e velhas cantigas de ninar já que o homem em seu final é sempre o saldo de suas ações que positive seus sons e que sorria suas letras;
 Desfragmentemos os poetas. Os ruídos serão considerados arte e a luz e os passos e as entranhas e os sorrisos e os tímidos e os trôpegos e cada mulher e cada homem e cada face e cada ruga e cada suspiro e cada pensamento e cada respiração e cada piscada e cada gozo;
 Desfragmentemos o mundo. Para que cada mão calejada sinta-se a reencarnação do sucesso para que cada gota de suor saia leve e concisa de que foi fruto da felicidade maior que é viver;
 Desfragmentemos as linhas. Para que saibamos um dia desfragmentar nossas vidas;
 E todo grande poeta escreverá o sorriso
 E assim far-se-á história.
 Desfragmentemos a história,
 antes que viremos apenas fragmentos da grande amálgama que somos nós mesmos.

domingo, 15 de julho de 2007

Harry Potter e a Ordem da Fênix

  (contém spoleirs)
  Enquanto todo mundo corre para ver as estréias logo quando elas surgem, eu fico na minha, esperando a poeira baixar. Apareço quando a oportunidade surge, e com Harry Potter ela apareceu bem rápido.
  O que declarar? O filme é legal mas não superou o anterior. O Cálice de Fogo teve um equilíbrio quase ideal entre humor e tragédia, teve cenas em que todo mundo riu e eu ainda vi gente sair chorando do cinema.
  No novo filme falta alguma coisa... Apesar de eu ter rido muito de quando Dumbledore fazia suas entradas triunfais e todo mundo gritava. Ou de quando alguém levava um "queima" e o pessoal fazia o "tssss". Interação da platéia, nossa. Seria até muito mais legal se eles tivessem calado a boca logo em seguida pra eu poder ouvir o resto das coisas. É o eterno problema dos cinemas.
  O grande defeito das adaptações de HP é que as cenas de ação são sempre muito bobas. Querendo se encaixar em um tempo pequeno e ainda agradar o público mais novo, costumam pecar no que poderia ser o auge do longa. Penso, desde o primeiro filme, que para um bruxo que ameaça todo um mundo mágico e trouxa, que aterroriza grandes nomes e que pode instaurar o caos, Voldemort sempre foi muito bobinho. Vencê-lo sempre foi muito fácil quando se assiste às cenas da telona, Harry nunca parece realmente estar sob perigo mortal e Dumbledore perde a maior parte da sua magnificência quando recriam ali seu personagem.
  Das mudanças habituais nós poderíamos reclamar também, mas isso é tão de praxe que até já encheu o saco. Eu sei que a história muda quando é Cho que entrega a AD, que Firenze nem aparece para dar aula, que Monstro não faz lógica no filme, que o Avada Kedrava em Sirius se interpôs nos delírios de muita gente e que muito mais coisas poderiam passar despercebidas, mas não passam. Só que isso já era de se esperar. A cada nova adaptação eu tenho que ouvir alguém ao redor reclamar das mudanças feitas, já me acostumei.
  Só que ninguém vive apenas de reclamações, né? Tenho que confessar que eu amei a Tonks e a Luna. As duas são totalmente diferentes da idéia que eu tinha. Confesso que a Luna foi completamente distorcida pela minha imaginação, mas, nem ela nem a Tonks, deixaram a desejar. Em compensação a Umbridge... Nojentinha mas nada a ver com minhas idealizações.
  Certo é que ficou aquele gostinho de quero-ler-logo-um-novo-livro, isso não dá pra negar. No entanto, a sensação de que está acabando... essa é a pior. Quanto tempo vai demorar para aparecer um novo fenômeno ao nível de Potter? Eis a questão.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Hiperacusia cerebral

   Li sobre a hiperacusia depois de escrever aquele texto sobre poluição sonora. Minha mente continuou caminhando nesse assunto e, como de costume, distorci o significado até criar minhas próprias idéias.
   A hiperacusia é uma hipersensibilidade que caracteriza-se por uma tolerância reduzida a sons, que poderiam passar despercebidos para a maioria. Ruídos menores passam a irritar como se fossem ruídos de grande intensidade.
   Cheguei a uma conclusão muito importante (cof) para a ciência: É isso que ocorre também com o nosso humor, pelo menos com o meu.
   Existem dias que são perfeitos e que acabam sendo jogados na lixeira por algum pequeno detalhe. Existem grandes coisas e grandes momentos que depois têm os bons adjetivos riscados porque faltou algo que fez tudo perder a graça. Momentos de risadas que depois se transformam, repentinamente, em um desespero descomunal por uma pequena coisa fora do lugar.
   O cérebro tem um desconfortável costume de aumentar a proporção dos problemas. Coisas insignificantes crescem e engolem o nosso bom humor. Quando essas coisas são resolvidas, toda a impressão de que o mundo está errado dissolve como se jogássemos um balde d'água na sujeira supérflua.
   O interessante é que isso depende de coisas sempre muito iguais. Certas pessoas ou certos costumes, palavras, frases, manias. O cérebro faz uma lista do que nos é importante e declara guerra quando algo disso está um pouquinho fora do normal.
   É essa "hiperacusia cerebral" que impede as pessoas de aproveitarem melhor suas vidas. Estão sempre reclamando dos problemas pequenos e esquecem das grandes felicidades. Não as culpo, pelo menos não agora depois de toda essa teoria, mas espero que, sabendo do problema, cada um possa encontrar seu remédio e sua prevenção.
   A felicidade também vive aqui do lado só que a gente não vê.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Mecanizar-se

   Acordou às sete e meia da manhã. Sempre achou que este era o horário mais claro de qualquer mente. Uma noite bem dormida, era isso que qualquer pessoa precisava para reiniciar o cérebro. Depois das convulsões de idéias que ocorrem na madrugada, a manhã é o horário em que todos os arquivos temporários são apagados e já é possível pensar sem que seus próprios pensamentos lhe passem a perna.
   Foi por isso que acordou às sete e meia da manhã. Nenhum outro motivo realmente importante pode ser citado. Tinha olhos de zumbi, o corpo ainda estava quente pelas cobertas. Levantou-se o menos pesarosamente que pôde – deixar que os sonhos morram é realmente difícil – e caminhou até o guarda-roupa.
   Esse não é um conto de fadas em que os mocinhos entram em móveis e acabam encontrando um mundo encantado. Não, esta é uma história real. O máximo que poderíamos encontrar seria um mundo doentio, mas, talvez por isso, ela não tentou entrar na mobília. Abriu as portas e pegou uma série de livros. Deitou-os sobre a cama. A pilha era grande, como corpos jogados depois de uma guerra.
   E, então, engoliu cada um deles. Cada pedaço de página. As capas vermelhas começavam com um ardiloso gosto de maçã e terminavam com morangos. Grandes morangos gostosos. As verdes cheiravam à hortelã e as rosas lembravam mangas maduras. Capas pretas, de cacau. Capas brancas, de banana. Tudo cautelosamente triturado e enviado para o próximo setor. Algumas vezes encontrou coloridos diferentes com gosto de algodão doce. Mas as páginas, ela garantiria, sempre eram brancas e sempre tinham um fervoroso gosto de idéias.
   Comeu todas as frutas. Comeu todas as idéias. Comeu cada uma das capas, cada uma das páginas. Uma por uma, sem deixar migalhas. Quando terminou o banquete, estava tão farta que não teve mais forças. Dormiu. O sono das idéias sendo arquivadas pelo cérebro.
   Mecanizar-se, mas jamais automatizar-se. Ela era uma máquina pensante, diziam-lhe nos sonhos, e as idéias eram seus combustíveis.

domingo, 1 de julho de 2007

Psicografando

   O mais engraçado quando eu escrevo é que muitas vezes depois de pronto, quando leio o que escrevi, parece que não fui eu que fiz aquilo. Principalmente textos que fiz já há algum tempo. Olho para eles e digo "Porra, não acredito que fui eu quem disse isso!". Não dá pra saber de onde surgiram, nem se estiveram durante todo o tempo ali mesmo dentro da minha cabeça. Até penso que alguns professores meus devem ter achado que eu copiei uns desavisados por aí. Ainda bem que existem as provas pra provar que não, hein.
   Vou começar realmente a analisar se não psicografo algumas coisas...
   Vinde a mim, Agatha Christie!

   Alguém mais tem essa impressão sobre seus próprios textos?

sábado, 30 de junho de 2007

Admirável Livro Velho

   Existem vários livros que todos devem ler ao menos uma vez na vida. Admirável Mundo Novo é um deles. Um dos fatos mais surpreendentes no romance de Aldous Huxley é que, como acontece com alguns outros grandes clássicos, suas histórias e predições por vezes parecem pertencer a um futuro alcançável e próximo, ao mesmo tempo em que, a depender do olhar, podem representar uma metáfora do presente. Acredito que é aproximadamente isso o que vêm pensando também seus outros leitores ao longo das últimas décadas.
   A história, publicada em 1931, é futurista (“mas não de Marinetti!”), classificada como distópica e representa uma reflexão crítica sobre o futuro da humanidade. Sob a máxima “Comunidade, Identidade, Estabilidade” encontramos uma sociedade onde o fordismo revigorou-se até um ponto extremo. Henry Ford (1863-1947) é considerado uma espécie de messias sendo reverenciado por toda a população civilizada. Com mais exatidão, Huxley acreditava que a sociedade chegaria a esse patamar no século VII "depois de Ford" - como conta o calendário do Novo Mundo.
   Fazendo referência à Matrix podemos também dizer que “existem campos sem fim onde os humanos não nascem mais, são cultivados”. Os campos, no entanto, são os laboratórios do D.I.C. (Centro de Incubação e Condicionamento), onde humanos são criados em proveta e, muitas vezes, clonados em grande número. O Estado é responsável pela educação das crianças e a Família foi abolida. Assim como a religião, a monogamia, o pudor e a senilidade. Desde apenas fetos, até sua morte, todos são condicionados para agirem de acordo com sua localização em um funcional sistema de castas.
   Revoltante? Não para os civilizados de Huxley. O ponto-chave dessa sociedade é que todos seus homens e mulheres são completamente felizes.

E é aí - disse sentenciosamente o Diretor, à guisa de contribuição ao que estava a ser dito - que está o segredo da felicidade e da virtude: gostar daquilo que se é obrigado a fazer. Tal é o fim de todo o condicionamento: fazer as pessoas apreciarem o destino social a que não podem escapar. (HUXLEY, 1931, p. 12)


   A felicidade constante é obtida não só pelo complexo – e completo – condicionamento. O Soma é a fuga dos problemas de toda e qualquer pessoa desse futuro. A droga sem efeitos colaterais aparentes é o que acalma a população e ajuda a fugir de qualquer conflito que se possa vivenciar. Qualquer mínimo tormento é rapidamente dissipado com gramas de soma, o que garante que todos os indivíduos mantenham-se submersos na aceitação. É exatamente isso o que garante a estabilidade desse mundo.
   Porém, como em qualquer sociedade aparentemente concebida como perfeita, existem casos de fuga nos padrões. Os homens que acabam por “despertar para a vida” são rapidamente excluídos, não apenas pelo próprio Estado como também por todos aqueles com quem convivem. Os “excêntricos” são mandados para Ilhas e vivem numa comunidade, de certa forma, excomungada e, portanto, mais esclarecida.

[...] A sua elevada condição intelectual cria também responsabilidades morais. Quanto maior é a capacidade de um homem, mais possibilidades têm de desencaminhar os outros. [...] (id, p. 68)


   Em outra interessante face de todo o processo, Reservas de Selvagens foram construídas em locais considerados inúteis fisicamente e são habitadas pelos homens que foram deixados, desde o começo, à mercê da nova ordem. Apenas alguns poucos civilizados de castas superiores têm o direito de fazer visitas a esses locais. Ao encontrarem uma cultura completamente diferente, por serem condicionados, consideram-na abissal e a menosprezam.
   No mundo civilizado, técnicas avançadas de contracepção são ensinadas às mulheres que não mais engravidam. Sob a idéia de que “Cada um pertence a todos”, conceitos como mãe e pai são considerados ofensas obscenas e a idéia de família não entra em suas cabeças.
   Há, também, uma desvalorização do passado e da história. Só lhes importa o presente, o que é novo. Cantores, obras literárias, personagens famosos, datas históricas: tudo foi abandonado para o bem da sociedade. Sobraram poucos, muito poucos, nomes aos quais referências ainda são feitas, sob a autorização da Administração Mundial, por ainda condizerem com suas idéias. Ainda assim, qualquer culto ao passado é inadmissível.
   Um dos fatos mais notáveis desse novo mundo é a forma como uma política de impessoalidade pôde contribuir para a própria felicidade individual. O Estado está tão preocupado com sua ordem, com seu sistema, que procura garantir o bem-estar psicológico de todos os homens. Quando lhe é questionado se ao humano não é necessário um pouco de tristeza, de adrenalina e de emoções fortes, que somente a desgraça pode trazer, o Administrador Mundial responde dizendo que

[...] Foi por isso que tornamos obrigatórios os tratamentos de S.P.V - Sucedâneo de Paixão Violenta. Regularmente, uma vez por mês, irrigamos todo o organismo com uma torrente de adrenalina. É o equivalente fisiológico completo do medo e da cólera. Todos os efeitos tônicos provocados pelo assassínio de Desdêmona e pelo fato de ser assassinada por Othello, sem nenhum dos seus inconvenientes. (ib, p. 109)


   É exatamente isso. A sociedade é tão aperfeiçoada que fez questão de livrar-se, com recursos científicos, de todos os inconvenientes possíveis para manter-se inabalável. Não cabe mais ao homem os sentimentos verdadeiramente humanos, porque são esses sentimentos os que nutrem a revolta e o descontrole social. A felicidade é tão presente que lembra o que diz Orwell no também polêmico 1984: “Guerra é paz”.
   A guerra constante do mundo de Orwell torna-se paz justamente por ser constante – e aqui podemos fazer um paralelo e entender porque a violência foi banalizada em nosso mundo, porque não nos assustam mais as notícias terríveis dos noticiários – e, creio, a felicidade constante do mundo de Huxley torna-se uma espécie de guerra para todos aqueles que não estão habituados a ela.

[...] A felicidade real parece sempre bastante sórdida quando comparada com as largas compensações que se encontram na miséria. E é evidente que a estabilidade, como espetáculo, não chega aos calcanhares da instabilidade. E o fato de se estar satisfeito não tem nada do encanto mágico de uma boa luta contra a desgraça, nada do pitoresco de um combate contra a tentação ou de uma derrota fatal sob os golpes da paixão ou da dúvida. A felicidade nunca é grandiosa. (ib, p.101)


   Talvez o que nos choque em todos estes romances distópicos seja perceber as verdadeiras faces do homem. Ficamos boquiabertos ao encontrar sociedades onde a maneira humana de ser leva a uma realidade um tanto quanto desumana, mas, provavelmente, também ficaríamos assim se, uma vez fora dela, conhecêssemos nossa própria sociedade.
   As predições de Huxley, Orwell, dos irmãos Wachowski e de tantos outros autores não são apenas predições, são reflexos da nossa própria realidade e de seus possíveis desdobramentos. É crível que possamos mesmo caminhar para um não tão admirável Mundo Novo, assim como nos submeter aos olhos do Grande Irmão ou à falsa realidade da Matrix, mas mesmo essas sociedades talvez não sejam tão inaceitáveis quanto a nossa. As possibilidades do futuro podem ser assustadoras, mas devemos ter consciência de que o presente já é assustador o bastante para ser julgado da mesma forma.
   Parafraseando Agatha Christie, ao falar de seu próprio livro: Todas estas histórias não são impossíveis, apenas fantásticas.

por Emilãine Vieira
Referência: HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo. 2 ed. São Paulo: Globo, 2001.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Ninguém que explique e nnguém que não entenda

   Será que não é a nossa liberdade que nos enlouquece? Essa liberdade que nos apresenta um possível direito de escolhas, que nos condena a pensar e a refletir.
   Não é o nosso livre arbítrio o que nos faz cair em lágrimas ao enfrentar escolhas difíceis? E, então, se nos suprimissem o direito à liberdade mas conservassem a felicidade, não estaríamos, de alguma forma, mais completos? Se pudéssemos escolher entre os dois conceitos, quantos de nós prefeririam a liberdade? Estar embebido em felicidade não é mais apetecedor do que apenas estar livre, conservando todos os momentos de tristeza?
   Não apenas isso. Até onde a liberdade pode ser capitalista? Será que ela é mesmo compatível com uma sociedade que se regozija com superioridade econômica?
   Nossa liberdade vive sob o regime de controle monetário. Somos todos livres, porém, menos livres ao passo que formos mais pobres. Não é difícil enxergar: A Constituição nos garante a liberdade de locomoção mas não dá condições para tal, temos a liberdade para adquirir os bens que quisermos mas não temos dinheiro para fazê-lo. É tão fácil pregar uma liberdade que não pode ser exercida!
   É dedutível que dinheiro compra liberdade. Não apenas no sistema carcerário. É a liberdade financeira e ela está, sim, ligada ao estado de ânimo e ao direito de escolher porque, ser livre financeiramente, garante uma maior capacidade de agirmos - e de nos defendermos. Será que, ao menos neste ponto, por comprar liberdade, o dinheiro não compraria também felicidade se elas duas realmente caminhassem tão unidas?
   Há ainda a liberdade de escolhas. Mas quantas vezes nos privamos de nossos direitos como seres livres por estarmos amarrados a conceitos como aceitação social? Talvez, por este lado, nossa liberdade não se limite ao que fazemos. Talvez não seja exatamente a liberdade de ação o que nos deslumbra na promessa.
   A liberdade de idéias! Ah, essa sim, parece-nos a mais plena. É plena e, infelizmente, talvez utópica. Somos condicionados. Condicionamento não condiz com liberdade. E somos. Somos todos os dias, pela televisão, pelas pessoas, pelos livros, pelo que quer que seja. Damos a liberdade de nos condicionarem e nos sentirmos libertos ao fazer escolhas limitadas por eles.
   A liberdade é, acredito, um estado de espírito. Talvez inerente ou talvez nunca realmente alcançado. Talvez nossa liberdade escravista seja a maior e mais bem planejada mentira dos séculos, mas garante-nos ao menos o conforto de acreditarmos que somos livres. É essa liberdade controlada que nos enche de prazer ao fugirmos um pouco de nossas próprias expectativas.
   Será que, se verdadeiramente livres, seria possível sermos felizes?

sábado, 23 de junho de 2007

Poluição sonora


Troca-se vida numa cidade pseudo-grande
por vida numa casinha no meio do mato.

   Por que essa decisão? Porque hoje é, acreditem, um dia muito poluído. Claro que existem muitos motivos para isso. É sábado, é São João, estamos em plena cidade e, o principal, amanheci hoje muito sensível a sons. Concluí que essa poluição pode acabar me custando a sanidade.
   Acordei de um sonho em que Zezé di Camargo e Luciano estavam fazendo um show numa praça perto daqui. É, e isso nem é o mais grave da história toda. Acordei e descobri que um som altíssimo tocava músicas da dupla. Tentei tampar os ouvidos e voltar a dormir. Adiantou apenas um pouco. Acabei acordando novamente quando um carro de som passou decidido a aumentar meu calvário. Levantei. O barulho externo - como um castigo - é mais alto no meu quarto, então, o melhor era sair logo dali. No quarto ao lado, meu irmão ouvia música. Verdade seja dita, posso amar uma música mas, se a escuto quando não estou afim, ela me dá raiva. Na cozinha, minha mãe preparava o almoço enquanto ouvia o rádio, logo, as vozes se uniam ao choques dos pratos e panelas.
   Fui até outro quarto, irritadíssima, e peguei dois pedaços de algodão para meter nos ouvidos e tentar atenuar a situação. Voltei para o quarto. Músicas de letras repetitivas, sugestivas, obscenas, agora ocupavam o lugar que antes fora da dupla sertaneja. Só um pouco - foi o resultado do algodão -, mas já era algo. Consegui me distrair e quando me dei conta, o bar tinha se calado. Ótimo, paz! Nem tanto.
   Almoço. Televisão às alturas. Quarto do meu irmão, com a porta aberta, a repetir sempre as mesmas músicas (abuso infeliz!). Volto ao meu quarto para tentar um novo pouco de paz. Cachorros no vizinho latem sem parar, alto Alto ALTO. Um som qualquer toca Raul, também muito alto, e, já disse: gosto mas, quando não quero, torna-se odioso. O carro de som volta para completar a festa. Anúncio do quê? Estou irritada demais para prestar atenção.
   Os cachorros não param. Alguém coloca uma música infeliz em som de carro. Tenho horror a som de carro. Odeio aquele tum-tum-tum que, a depender da música, os alto-falantes (não apenas) dos automóveis fazem quando o volume está muito alto.
   Volto a tentar os algodões. Os cachorros latem mais ferozmente do que é possível cobrir. Tento escrever, mas meu cérebro se atém a xingar todo o caos sonoro. Lembro-me de que é por isso que gosto das madrugadas, daquele silêncio e daquela paz...
   Alarme de carro. Tum. Barulho de motor. Tum-tum. Barulho de andar. Tum-tum-tum. Barulho dos fogos de São João. Tum. Barulho de teclado. Tum-tum. Barulho de pessoas correndo. Tum-tum-tum. Barulho do latir. Tum. Barulho do dono a gritar com os cachorros. Tum-tum. Barulho do cooler do computador. Tum-Tum-tum. Carros, ônibus, pessoas, animais, ruídos. Tum-tum-tum como um martelo. Ruídos. Tum-tum-tum na minha cabeça. Ruídos. Não importa aonde eu vá: Tum. Tum-tum. Tum-TUm-TUM!
   Eu grito (como se pudesse silenciar a todos com meu próprio barulho). Outro carro passa com música alta. Tum-tum-tum. Choro. Vou enloquecer!
   Tum-tum-tum. Tum-tum-tum. Acabo descobrindo dentro do carro, na garagem, o melhor silêncio, pelo abafamento das janelas e portas devidamente fechadas. É o paraíso. Dormi. Infelizmente, confesso, acordei no mesmo mundo sonoramente caótico... Tum  tum  tum:
   - Meu reino por um protetor de ouvidos!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Vivo pouco demais?

   Existem sensações que vão e voltam como bumerangues. Uma dessas sensações é a de não estar vivendo a vida da maneira correta.
   Podem argumentar dizendo que não há uma maneira correta ou que cada pessoa deve encontrar a maneira que satisfaz suas próprias vontades. No entanto, volta-e-meia penso se não deveríamos nos arriscar mais, fazer mais coisas, sair da mesmice constante na qual vivemos, porque sabemos, claro, que cedo ou tarde essa mesmice vai sair de nossas vidas levando a própria vida junto... E vai ser tarde demais para qualquer arrependimento.
   Horas em que um novo sono antecede a própria lembrança de ter acabado de acordar, dias quentes em que você lembra do convite que recusou, tardes vazias em que os filmes são suas únicas companhias. Esses são momentos comuns na vida, horas tão comuns que se tornam formas dispendiosas de sobrevivência.
   Será que sou só eu que olho ao meu redor e penso em tantas coisas que poderia fazer? Não são apenas "coisas", algumas são coisas que, de certa maneira, não me chamavam a atenção ou nunca me agradaram. Mas são coisas que dariam histórias, lembranças, uma grande variedade de estoque para minha mente.
   Eu fico pensando nos anos que vão vir: Quando eu tiver oitenta anos-e-nada-para-fazer, será que eu vou me arrepender de tudo que eu não fiz quando poderia fazer? Será que não vou pensar em todo o tempo que eu gastei com nada ou com nada interessante? Será que não estamos todos gastando tempo demais tentando economizar alguma coisa sem nem saber ao certo o quê?
   Não sei se é falta de coragem ou medo de errar. Talvez medo de ser repreendido, medo de ouvir "não", ou falta de um pontapé inicial. Porém, agora, muitas vezes antes de negar convites, de deixar de fazer coisas, eu penso nisso tudo e mudo de idéia.
   Tenho vontade de sair correndo, viajar, fazer uma revolução, entrar pra história, mudar o rumo de tudo ou simplesmente mudar meu próprio rumo. Não sei o que falta, mas falta. E então não faço nada disso. Talvez o que nos impeça seja esse comodismo que nos consome, essa idéia comum de que é melhor estar como estar do que correr o risco de estar pior.
   Ainda que não mude nada, é sempre bom tentar de vez em quando. Sabe como é, seria "melhor viver dez anos a mil do que mil anos a dez"...

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Dicas para o (próximo) Dia dos Namorados

   Resolveu pedir a opinião de outras pessoas e no fim descobriu que todo mundo também estava perdido que nem você? Acontece! Mas, pelo menos, rende cada pérola!
   Por essas e outras, vai aí um mini utilitário com 17 dicas que coletei e que você precisa saber antes de comprar seu presente.

01- Tenha todas as medidas do seu namorado;
"Dá um sapato" "Não sei quanto ele calça" "COMO NÃO SABE!?" "Não sei, ué..." "Que absurdo!". Não precisa se sentir um et, é só começar a preparar um bloco com todas as medidas. Não se esqueça de perguntar frequentemente se o pé dele cresceu ou quantos quilos ele engordou.
02- Nunca dê uma camisas;
"Dá uma camisa!", diz alguém. "Camisa não! Dá vontade de chacoalhar a menina: Seja mais criativa, peloamordedeus, criatura!!!!", responde outra pessoa. Portanto, nunca dê uma camisa a menos que queira correr o risco de virar suco.
03- Descubra se seu namorado tem tendências alcoólicas;
"Seu namorado bebe? Dá um cantil de whisky pra ele!" Mais tarde acabei descobrindo que um vendedor de uma loja famosa deu essa sugestão pra metade da cidade. Não culpem suas namoradas.
04- Perfume dá azar;
"Que tal um perfume?" "PERFUME NÃO!", gritou pulando em cima e puxando a gola da roupa, "Dá azar! O amor acaba quando acaba o perfume. Já aconteceu com várias amigas minhas". Concluí que se ainda assim você quiser presenteá-lo com perfume deve obrigá-lo a não usar o perfume todo.
05- Desenvolva o lado intelectual do seu namorado;
"Um livro!" "Ele não gosta de ler." "Dá mesmo assim, deixa ele mais inteligente." Por isso, quando der o livro, tenha certeza de que ele está lendo. A dica é fazer perguntas e aplicar uma prova com questões abertas para verificar o andamento.
06- Confira se ele tem muitos quadros bregas em casa;
"Uma amiga minha vai dar um certificado de melhor namorado do mundo". Quem sabe ele emoldura e coloca na parede, né?
07- Tire fotos com seu namorado;
"Faz uma daquelas blusas com a foto dele escrito 'EU TE AMO'". (!!!)
07.1- Tire fotos com seu namorado;
"Dá um porta-retrato com uma foto de vocês dois juntos".
07.2- Tire fotos com seu namorado;
"Fiz um vídeo com fotos da gente e com uma música que a gente gosta".
08- Não imite os outros sem analisar a situação;
"Vou dar uma panela ou um conjunto de garfos". Perceba que essa não é a melhor idéia se seu namorado não estiver na mesma situação na qual estava o dessa informante.
09- Descubra se seu namorado tem tendências gays;
"Eu prefiro ganhar coisas mais sentimentais do que materiais, não vou negar! Não vou negar!".
10- Pense em tudo um ano antes;
"A gente pegou um cofre e juntou dinheiro por um ano, agora vamos quebrar e sair para jantar". Nessa dica também vem a idéia de, para evitar constragimentos, trocar o dinheiro antes de chegar no local.
11- Nunca pense como ele;
"Se eu fosse meu namorado... o que eu compraria?" Vocês podem acabar com presentes iguais!
12- Chocolates são perigosos;
"Compra um negócio de chocolates bem lindo ali na loja" "Mas o namorado dela vai ficar com um mooonte de espinhas, coitada! Vai parecer um mutante!".
13- Brigue com seu namorado um dia antes;
Invente uma briga por um motivo idiota (por exemplo: quando passar alguma mulher muito feia, diga que ele estava olhando para ela e faça um drama) , vá embora antes que ele resolva tudo e só faça as pazes um dias depois. Você ainda pode escapar da suspeita soltando algo do tipo "Eu tinha pensado em um presente lindo para você, ainda bem que deixei para comprar depois, você não merece mesmo!".
14- Fique doente no dia;
Outra versão da dica anterior. Faça ele perceber os sintomas na noite do dia 11 e amanheça péssima no Dia 12. Depois diga pra ele que você ainda não tinha comprado nada e que não gosta de dar presentes fora da data certa. Prefira doenças leves como uma gripe ou um resfriado. Tétano e caxumba requerem maiores esquemas na encenação.
15- Sua criatividade pode estragar seu presente;
Não o presente que você vai dar, mas o que você vai receber. Uma informante conta que foi brincar com o namorado dando anéis de compromisso (falsos) e descobriu que ia ganhar anéis de compromisso (verdadeiros) horas depois. Um caso a ser melhor estudado.
16- Dvds e CDs são sempre uma solução;
"Dá um dvd ou um cd então!!", diz alguém depois de dar duzentas dicas e receber caretas em troca. Claro que esse quesito não é verdadeiro se seu namorado não tiver aparelho de dvd, som ou cd-rom. Também não é verdadeiro se você escolher um artista que ele odeia.
17- Não acredite em dicas que encontrar na internet.
Você vai descobrir sugestões esdrúxulas e outras muito bregas. O pior de tudo é que vai perceber que existe muita gente que ainda segue as dicas... Coitado do seu namorado =/

   Todos os nomes foram omitidos para preservar a identidade de nossos informantes. Os diálogos foram levemente exagerados para melhor compreensão das dicas. Agradecemos a sua preferência. Voltaremos com mais dicas no Dia das Avós.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Foi-se o tempo das vacas magras

   Todo mundo sabe que as mulheres nunca estão contentes com elas mesmas e que os padrões estereotipados da mídia acabam refletindo nos costumes de todo um exército de anônimas. Mas e se, repentinamente, as excluídas resolvem se revoltar e virar o jogo?
   O primeiro levantamento a ser indicado é que a beleza é mais uma área que defende o direito de igualdade para todos e que não cumpre sua promessa.
   Já faz algum tempo que tem havido uma superexposição de transtornos como a bulimia e a anorexia, que seriam consequências do padrão modelo-seca-de-passarela. O problema é que a mídia fala mas não explica. Ou explica demais e confunde a cabeça das pessoas.
   Então, voltando ao primeiro parágrafo, não sei se estamos assistindo o início de mais uma reviravolta nos padrões estéticos, dessas que ocorrem ao longo dos anos, mas, repentinamente, todas as meninas com IMC abaixo do recomendado começaram a ser bombardeadas pelas idéias sobre "Ana" e "Mia". As modelos continuam nas passarelas mas as críticas crescem dentro e fora delas.
   É óbvio que esses transtornos devem ser acompanhados e criticados, mas parece que todos esqueceram das magras magras. Esqueceram de todas as mulheres que tem predisposição genética, que comem o que querem e o que não querem, que estavam (ou não) satisfeitas com elas mesmas e que, com toda essa história, assistem sua auto-estima entrar em colapso.
   Vejo muitas meninas que nunca gostaram de ser magras desabando de vez por causa dessa nova moda. Deve ser uma ótima tática para os donos da academia que vêem o número de seus clientes aumentar, assim como também cresce o número de mães preocupadas com suas filhas. Talvez seja ótimo na visão de muitos médicos mas, na minha opinião, muito (o que não quer dizer toda) dessa preocupação é injustificada e acaba complicando a vida de várias pessoas.
   Não acredito mais naquela frase "Metade do mundo passa fome, a outra metade quer emagrecer". Tem muita mulher magra querendo engordar e a indústria de beleza também é bastante injusta com essa classe. Existem pessoas que não conseguem ganhar peso, que tentam dietas pra esses fins e que passam por sacrifícios equivalentes aos de outras pessoas que se consideram gordas. Acredito que esse seja mesmo um grupo menor, e que, por isso, não tem o direito de defesa correto.
   É necessário que as pessoas entendam que não apenas quem está acima do peso possui problemas de aceitação com seu próprio corpo. A defesa não pode vir apenas para um grupo. A minoria não pode ficar mais uma vez à margem de tudo. Antes de sair por aí estabelecendo novos estereótipos deveríamos olhar ao redor e ver quantas pessoas mais uma vez serão excluídas e se sentirão mal por causa deles. Será que precisamos mesmo ser movidos com base em padrões?
   Se todos são bonitos como são, isso inclui todas as nossas queridas magrinhas, secas, varetas, falsas anoréxicas, esqueletos, bambús, ou como você quiser chamá-las... Mas que são, acima de tudo, seres humanos como você. :)

Tpm² - Menina encanada

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Falada Língua

   A última crise de falta do que fazer me levou a folhear uma gramática. As primeiras páginas trouxeram à tona a alfabetização e me fizeram pensar sobre como a gente interioriza tudo, passa a fazer certo sem precisar questionar se está ou não dentro das normas. Só que o que me deixou chocada foi tudo aquilo que aprendi sem aprender.
   Vou ser mais específica. As páginas da gramática descrevem o que chamam de classificação das vogais e consoantes. Uma dessas classificações é determinada pela zona de articulação. Pra deixar a coisa mais confusa vou citar um trecho da Gramática Ilustrada de Hildebrando André:
   "Som produzido quando a língua se conserva quase em repouso, baixa, a boca aberta e o véu palatino (palato mole) se levanta, impedindo a passagem da corrente de ar para as fossas nasais;"
   MASCOMOASSIM? Sim, amigo, essa enrola toda é o que você conhece apenas por letra A.
   Lendo isso me surgiu uma grande dúvida: Como é que eu aprendi a bendita letra A?! E todas as outras letras também! Juro que desde que li essas classificações me pego, vez ou outra, pensando se minha língua está encostando no desgramado do véu palatino ou coisa assim.
   Quero dizer, todos aqueles bebês na fase do gugu-dádá estariam, na verdade, recitando mantras enquanto filosofam sobre a posição da sua língua em relação aos alvéolos dos dentes, da abertura da boca ou algo do tipo? Será que é por isso que a gente esquece tudo que pensava nessa idade? Pra não ficar louco (e mudo)?
   Provavelmente não. Então imagine ensinar as crianças usando essa metodologia: "Toque o lábio inferior e os dentes superiores, criando um obstáculo parcial à corrente de ar. Agora sopre." O resultado deveria ser como a letra f ou v. Será que daria certo?
   Acho que é por isso que aprender violão, outras línguas e tanto mais fica difícil. É que eu sei que se soubesse que falar era tão complicado... provavelmente não teria falado nunca.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Lá na Casa dos Carneiros mora a arte

   O público jovem Conquistense não está habituado à música de Elomar Figueira. Talvez seja o peso do ditado popular "Santo de casa não faz milagre" ou talvez uma estranha falta de interesse ou falha de divulgação. Ninguém sabe explicar com certeza.
   Elomar é músico, conhecido no Brasil e no exterior, e recebeu descrição de Vinícius de Moraes como sendo "um príncipe da caatinga, que o mantém desidratado como um couro bem curtido [...]". Ainda assim, algumas vezes, é possível ouvir comentários a seu respeito tratando-o, muito contrariamente ao título de príncipe, como um desconhecido. Talvez seja ele um príncipe essencialmente diferente ao ponto de tornar-se apenas mais uma pessoa em seu próprio território?
   Não importa qual seu título, é o próprio Elomar Figueira que agora se propõe a abrir olhos há muito tempo adormecidos com a Fundação Casa dos Carneiros. Após a inauguração com o concerto realizado no dia 02 de junho, a Casa, imortalizada pela canção Cantiga de Amigo, é sede da Exposição Portinari. Até o próximo dia 17 o público pode conhecer algumas das principais obras de Cândido Portinari e redescobrir o encanto de um dos maiores artistas do país.
   Ao ouvir observações dos monitores, o visitante conhece os fatos e curiosidades que circundam o autor que viveu e morreu pela arte. Portinari, mártir por morrer intoxicado com suas próprias tintas, soube representar o povo brasileiro de forma única. Navegou por diferenciados temas, bem como caminhou por variadas técnicas e sob variadas influências. No local, essa diversidade é exemplificada por obras como Retirantes e O último Baluarte que recebem a companhia de outras, aparentemente mais inocentes, como Futebol.
   A exposição está aberta, a preço simbólico, para o público geral nos finais de semana. Enquanto isso, nos dias de semana, empresas e escolas têm sua vez.
   É importante citar que a visita de escolas da rede pública ao local, promovidas pela Secretaria de Educação, proporcionam não só o conhecimento da vida e obra do autor como também uma nova visão para muitos jovens que estão distanciados da área pelo ainda existente elitismo artístico. As escolas utilizam-se da visita para desenvolver trabalhos capazes de despertar novos interesses nos alunos que conhecem, discutem e divertem-se ao passear pelas salas, enquanto ampliam conhecimentos sobre seu próprio povo e história.
   Certo é que lá na Casa dos Carneiros nos deparamos com um verdadeiro oásis de cultura no meio de uma característica caatinga. Por isso, se você ainda repete o velho clichê de que Conquista não tem espaço para arte e para o bom gosto, Muda o disco!

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Não tema o tema

   Recentemente assisti no Fantástico uma reportagem sobre a liberdade de escolhas, algo assim. Um desses estudiosos estava afirmando que essa liberdade acaba deixando as pessoas, de alguma forma, perdidas. Poderíamos resumir a história toda dizendo que quanto mais você pode escolher, menos você escolhe. Quem viu a reportagem também viu o exemplo da mulher que tem um trilhão de calças jeans a mais que eu simplesmente porque ela vai na loja, gosta de tudo e não consegue escolher uma coisa só. Obviamente isso é coisa de rico e nós pobres mortais temos nossa escolha um pouco mais limitada pela taxa de preço.
   Percebi que isso é muito real tentando encontrar o que escrever. Acabo, muitas vezes, deixando de lado minha vontade porque não consigo pensar em um assunto.
   Não sei se isso acontece com todas as pessoas mas, quando me pedem para escrever sobre "qualquer coisa", estão simplesmente me torturando. Eu passo tanto tempo pensando sobre o que escrever que acabo perdendo qualquer estímulo para realizar a tarefa. Sei que dessa forma você pode procurar a coisa que você mais gosta ou o assunto com o qual você tem mais facilidade, só que, geralmente, prefiro quebrar a cabeça tentando pensar algo sobre o tema que foi proposto do que quebrar a cabeça tentando pensar em algum tema.
   Foi nesse momento que agradeci por todos os temas de redações de escola, vestibular ou o que quer que seja. Agradeci por aqueles temas horríveis que me fizeram inventar um monte de coisas tão horríveis quanto. Por que, imagine, se o vestibular me desse direito ao tema livre e eu perdesse todo o tempo da prova tentando encontrar um tema? E se tivesse ficado parada até hoje pensando em algo sobre o que escrever?
   Por isso, a partir de hoje, (supostamente) nunca mais temerei tema algum que surgir na minha frente. Viva a falta de escolha de tema! Viva o tema livre da escravidão de pensar em um tema! Viva minha sanidade mental!

   Volto quando conseguir pensar em outro (tema!).

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Muda o disco!

  Eu blogo desde 2001 e, sendo mais exata, tudo começou aqui mesmo. A página do Blogger era em inglês e ainda não existia o blogger.com.br. Recebi um convite de duas amigas para um blog em grupo, depois criei meu próprio blog e a história nunca terminou. Caminhei do blogger para o weblogger, do weblogger para o greymatter, do greymatter para o blogger, do blogger para o LJ e insira muitas transições de hospedagens no meio dessa história. Tudo com o nome de Isshou.
  Mas senti vontade de começar de novo. Sair da velha história, mudar o disco. Sei que vou sentir falta de algumas regalias do LJ mas quero poder circular livremente no meu próprio layout. E, acima de tudo, queria sentir novamente esse gostinho de coisa nova.
  Dizem que o bom filho sempre retorna à casa... Pois é, Blogger, voltei.