A edição desse ano do Festival de Inverno Bahia, a terceira, aconteceu nos dias 17, 18 e 19 de Agosto aqui em Vitória da Conquista. Queria escrever sobre isso, mas acabei descobrindo que é mais difícil do que eu pensava. Então, aqui vai meu resumido comentário.
Acho que o ponto mais negativo foi um público menor que o esperado, ao menos por mim. Tenho a impressão de que esse foi o ano mais vazio. Se estiver equivocada, uma coisa eu garanto, o público poderia ter sido bem maior se não fosse por alguns fatores. Primeiro, a escolha das atrações não agradaram muita gente. Mas esse é um ponto delicado, afinal, é uma questão de gosto. Acho que a grande culpa mesmo fica entre o preço dos ingressos, que subiu demais esse ano, e a criação do Festival de Feira de Santana, que atraiu o público daquela região que vinha para Conquista (história da micareta se repetindo?). Espero que a produção acorde com a chegada da concorrência para que no próximo ano o Festival possa crescer.
Meu julgamento das atrações é muito influenciado pelo meu gosto. Ainda assim vou comentar que os shows do IRA! e de Paralamas do Sucesso com certeza entraram para minha lista de shows preferidos. Não apenas porque é Ira e Paralamas, mas porque foram shows maravilhosos mesmo.
O Nasi tem uma presença de palco incrível! As músicas do IRA agitam, limpam a alma e ninguém consegue não prestar atenção nas performances deles. Foi o show da Sexta-Feira e tinha cacique para ser de Sábado. Só pra citar momentos marcantes, aquele “tchau tchau tchau” comédia foi ótimo, voltarem cantando Mariana foi pro mar me tirou do sério, ver todo mundo gritar junto “Envelheço na cidade” arrepiou e a versão de Teorema fez muita gente delirar.
No Sábado, Paralamas conseguiu empolgar todo mundo com os maravilhosos hits da banda. Não por acaso, a galera pirou com Meu Erro e o Hebert ficou lá parado, olhando com cara de espanto para o pessoal, quando a música mal acabou e o coro entoou “Uh! Paralamas! Uh! Paralamas!”. Acredito mesmo que só essas duas bandas tenham valido o festival inteiro. Viva a Sociedade Alternativa!
Depois, na minha classificação, vem o show de Charlie Brown Jr. Eu sei que a banda sofre um preconceito descomunal, principalmente aqui na cidade. Mas conseguiu agitar muito mais do que outras! Muita gente saiu reclamando que o Chorão falou mais do que cantou, que estava com preguiça, mas acho que falta compreenderem que cada artista tem seu estilo em cima do palco. Tenho certeza que os skatistas que subiram lá e tentaram fazer manobras não concordam com quem criticou esse feito. Acho que muitos fãs sonham em subir ali durante o show da sua banda preferida, fazer algo daquele tipo, e eles deram a oportunidade. As lições do Chorão podem ser clássicas e bobas para muita gente, mas tem uma galera ali que precisa mesmo ouvir esse tipo de coisa, não duvide. Enfim, não adianta ficar reclamando só porque você não gosta do estilo.
Leoni, Lulu Santos, Dani Carlos: todos foram shows bons, mas que não são exatamente meu estilo preferido para um festival. Gosto de bandas para pular, agitar de verdade. Nem por isso tiro o mérito deles. Vi fãs saírem tão ensandecidos desses shows quanto eu saí dos de IRA! e Paralamas.
Não assisti Papas na Língua e nem Cláudio Zoli. Preferi curtir nas tendas alternativas. Teve Diamba também, mas, ah, pelo amor de Deus, com o nível dessas outras atrações o que é Diamba, né? Tapa-buraco. Mas agradou a galera que curte, pelo menos isso.
Agora vamos para a reclamação final, mas que fica como uma sugestão. Tem que haver um meio de avisar o pessoal que está nas tendas alternativas do que está acontecendo no palco principal. Muita gente perdeu pedaços de shows que queria muito ver porque nem sabia que o cantor já tinha começado a apresentação, principalmente os fãs de Leoni, depois da aparição relâmpago de Elomar (rsrs).
O importante é que valeu! E, se o frio do inverno por acaso chegar, a gente se encontra de novo no ano que vem.