sábado, 4 de agosto de 2007

Missão Não-Impossível

   Os melhores poemas morrem sem saber que um dia existiram. Muitas vezes é fácil encontrá-los, ficam jogados em rimas nas feiras ao ar livre ou descansam em simples cantigas de ninar.
   Vários dos verdadeiros poetas têm mãos calejadas, que nem ao menos saberiam manusear um lápis. Poetas natos, poetas mortos, poetas livres. Tão livres que nem chegam a perceber que são poetas.
   Poetas da vida real criam poemas de consolo aos amigos quando eles choram, criam poemas em músicas enquanto a água despenca do chuveiro, criam poemas em receitas enquanto cozinham. Rimam sem precisar rimar e escrevem com pensamentos.
   Poemas cotidianos e, ainda assim, espetaculares. São o que são e são o que fazem. Jorram sem saber que jorram, existem sem saber que existem e encantam sem nem mesmo despertar a percepção de sua beleza. Desaparecem em segundos, fazendo de conta que nunca existiram.
   Você precisar estar sempre pronto, sempre alerta, pra descobrir um poema semi-morto.
   Essa é a tarefa que fica para cada um: achar um novo poema a cada dia.

5 comentários:

descolonizado disse...

será que somos nós poetas sem saber que somos?

ui.

Anônimo disse...

Que bacana isso, Vou procurar um poema morto a cada dia. :)

Anônimo disse...

acho que os poemas não são necessariamente aqueles que escrevem com um lápis ou uma caneta, mas com a mente e que conseguem ver para lá do que está à vista, para lá do arco-iris :)

Mi do Carmo disse...

Um poema como esse, por exemplo. rs

ohdancingshoes disse...

e é isso que eu faço.!
otimo texto ;*